Presos!



Porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade, e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão
presos. 2 Timóteo 2:26

Hoje é o bichinho de pelúcia de meu filho que está na janela. Acabou de tomar um banho e está ali, pendurado pelas orelhas para secar. A imagem e a situação podem parecer ridículas, mas existe um paralelo com o ser humano.

Fala-se muito em liberdade hoje em dia. A idéia corrente de liberdade é que livre é aquele que faz sua própria vontade, porém o que Deus diz em Sua Palavra sobre essa forma de liberdade?

"Andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também." Efésios 2:2, 3

O versículo fala da condição de pessoas antes de sua conversão: fazendo a própria vontade e sendo, por natureza, filhos da ira. Não preciso explicar a você a quem se refere a expressão "príncipe das potestades do ar...", esse espírito que age nos filhos da desobediência, não é mesmo?

Pois é. Quando achamos que somos livres estamos, na verdade, presos pelas orelhas ao inimigo de Deus e nosso inimigo também. O caminho para o traficante vender mais suas drogas é fazer seu cliente pensar que está no controle, que pode parar quando quiser. Não pode. A mesma droga que lhe dá a sensação momentânea de liberdade e prazer é o que o escraviza. Assim é no mundo espiritual.

Quando Deus permitiu que seu filho fosse feito prisioneiro e depois ficasse pregado numa cruz, sofrendo o juízo que nós merecíamos, Ele quis nos libertar nas garras de Satanás e até mesmo de nossa própria vontade. A verdadeira liberdade é aquela que não está presa à vontade-própria, mas que é livre o suficiente para se deixar guiar por Deus. "O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor". Colossenses 1:13

Uma ave esteve aqui


“Meditarei também em todas as tuas obras, e falarei dos teus feitos.” Salmos 77:12

Quando vi uma pena de pássaro no peitoril da janela de meu apartamento concluí que um pássaro havia passado por ali. Ou talvez ela tivesse se desprendido de sua asa durante o voo, vindo pousar suavemente em minha janela. Sem ruído, sem estardalhaço. Simplesmente pousou ali. Não vi como foi que aconteceu, mas pelo que agora sei posso crer que tenha sido assim.
A fé do cristão não é baseada naquilo que vê, embora ele possa ter às vezes evidências que ajudem a crer naquilo que não vê. A fé do cristão é baseada no testemunho que Deus deu, primeiro de sua Criação, e depois de seu Filho vindo ao mundo salvar pecadores.
As grandes obras de Deus no passado hoje repousam silenciosamente em minha Bíblia. Sem ruído, sem estardalhaço. São pequenas letrinhas que me ajudam a conhecer o que Deus fez, como se fossem pequeninas penas negras de tinta pousadas nas páginas brancas de minha Bíblia. Então hoje, distante no tempo da época quando aquelas coisas ocorreram, eu posso olhar para as letras gravadas pela pena de Deus, crer e descansar.
O salmista Asafe clamou a Deus em um momento de aflição, e profeticamente indicando os sofrimentos e inquietações de Jesus diante da obra que precisaria consumar. “No dia da minha angústia busquei ao Senhor; a minha mão se estendeu de noite, e não cessava; a minha alma recusava ser consolada.” (Sl 77:2). Ele se sentia abandonado por Deus. Parecia que a sombra de sua amorosa mão já não podia protegê-lo do causticante sol deste mundo deserto.
Então o salmista recorre à lembrança do que Deus havia feito no passado, de seus grandes feitos para com o seu povo Israel, de como o seu poder lhes tinha tirado do Egito, redimindo-os da escravidão e guiando-os pelo deserto até sua morada prometida. Tudo isso Deus tinha feito, e ainda que de tudo aquilo nem uma pena pequenina restasse, mesmo assim o salmista sabia que podia crer.
Se Asafe tinha apenas a redenção do povo de Israel do Egito, quanto mais temos nós, os que cremos em Jesus? Redimidos da escravidão do pecado e da morte e destinados ao céu, quantas razões mais temos nós — quantas penas de evidência! — para crer que Deus não nos abandona. Deus fez uma grande obra para me salvar, e agora faz uma grande obra para me manter assim. Ainda que às vezes eu só enxergue uma pequena pena caída em minha janela.
Seu amor no passado não me permite pensar,
Que ele irá no presente me deixar afundar,
Pois cada feito seu, qual um marco eu vejo,
Confirmando seu amor e o Seu bom desejo.

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