“Mas a
nossa cidadania está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor
Jesus Cristo.” Filipenses 3:20
Da janela vejo a grade na frente de meu
prédio decorada com pequenas bandeiras do Brasil. Estamos em plena Copa do Mundo quando somos tomados de um
surto de patriotismo. Faz lembrar a música que tocava na TV nos intervalos da
Copa de 1970 no México: “Noventa milhões
em ação... Brasil do meu coração... todos juntos... parece que todo o Brasil
deu a mão... todos ligados na mesma emoção... vamos todos, juntos, pra frente
Brasil...”.
A Copa
do Mundo ajuda a criar a ideia de que milhões de cidadãos brasileiros
seguem juntos, ligados na mesma emoção. Torcer juntos por um mesmo gol nos faz
sentir unidos, fortes e vibrantes. Mas, e quando chegar o dia de cada um ficar
a sós com Deus? Quando não estivermos todos
juntos... todos ligados na mesma emoção? Quando já não formos brasileiros,
pobres ou ricos, de direita, ou esquerda, negros ou brancos, católicos ou protestantes;
quando perdermos tudo o que nos dá um senso de pertencermos a um denominador comum,
mas que só vale para a vida aqui?
Quando vi as bandeiras do Brasil pensei em
minha outra nacionalidade. Sim, pois tenho dupla cidadania. Uma é provisória e
não deve durar muito. Se conseguir me manter na idade média estatística do
brasileiro, não me restam muitos anos, pois já passei da metade. A expectativa
de vida do brasileiro é de setenta e poucos anos e estou muito mais perto da
linha de chegada do que do ponto de partida. Sabe aquele momento em que a
comissária de bordo avisa para colocarmos o encosto da poltrona para frente,
fecharmos as mesinhas e apertarmos os cintos, porque estamos prestes a pousar no
destino? Estou assim.
A qualquer momento minha cidadania
brasileira pode ser revogada pela morte e meu passaporte deixará de valer para
entrar em qualquer país, até no Brasil. Deixarei de ser cidadão, de ter
direitos e deveres para com meu país, de torcer pela Seleção Brasileira, de votar,
pagar impostos ou receber aposentadoria, se for o caso. A bandeira verde e
amarela já não fará qualquer sentido no lugar onde estarei no além.
Tem muita gente que corre atrás de
documentos de ancestrais para obter uma segunda cidadania — italiana,
portuguesa, espanhola, qualquer uma. A ideia é que se as coisas não derem certo
por aqui sempre existe a possibilidade de se mudar para lá. Eu me considero um
privilegiado por ter uma segunda cidadania, que na verdade considero a primeira.
Não estou falando da cidadania italiana, que poderia obter se corresse atrás,
mas da cidadania celestial da qual fala o apóstolo Paulo em Filipenses 3:20. No
original o significado é “cidadania”
e não “cidade”, como aparece em
algumas edições da Bíblia.
Como foi que obtive esta segunda cidadania,
que considero a primeira e mais importante? Por graça. O passaporte é
vermelho-sangue e é válido para todo aquele que crê em Jesus como Salvador.
Nele diz que ele morreu numa cruz para pagar por meus pecados e garantir minha
redenção. Muitas pátrias existem ou permanecem porque pessoas deram suas vidas para
garantir a liberdade, e não é diferente com a pátria celestial. Jesus morreu
para garantir minha libertação do pecado e da morte, e uma entrada franca nessa
Pátria de onde jamais sairei. E você, tem cidadania celestial ou não passa de
um terráqueo brasileiro esperando pela próxima Copa do Mundo?
| Um Pintor em minha janela - Minha vida morando em uma galeria de arte - Mario Persona Um dia percebi que havia Um Pintor em minha janela, colocando sempre ali um novo quadro e renovando sua pintura a cada manhã, tarde ou noite. Um dia de cada vez ele ia mostrando a sua arte e talento para enfeitar o céu. Neste livro reúno meus pensamentos sobre cada quadro que via em minha janela. Um dia de cada vez, um quadro de cada vez. É no mesmo compasso que ele cuida de mim, de dia em dia, e é assim também que ele quer cuidar de você. Livro: ClubedeAutores.com.br e-Book: Smashwords.com AcervoDigitalCristao.com.br |
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