Uma janela para o passado
“Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atá-las-eis por sinal na vossa mão, e elas vos serão por frontais entre os vossos olhos; e ensiná-las-eis a vossos filhos, falando delas sentados em vossas casas e andando pelo caminho, ao deitar-vos e ao levantar-vos”. Deuteronômio 11:18-19
Ontem foi “Dia dos Pais” e aparentemente Deus queria que eu olhasse através da
janela do tempo para ele pintar um quadro de meu passado, exclusivamente para
mim. Enquanto arrumava a estante, minha atenção foi atraída para a velha Bíblia
que pertencia à minha mãe. Não que a edição fosse tão antiga assim. Era uma
Bíblia edição “Ave Maria” de 1981,
mas aparentava ser muito mais velha de tanto ter sido folheada, lida e relida
por minha mãe e meu pai.
Eles tinham outras Bíblias, mas as péssimas
condições desta em particular revelam ter sido a preferida de suas leituras. Com
o tempo a capa verde-musgo se soltou, a costura afrouxou e as folhas começaram
a se despregar. Um vento mais forte teria misturado as folhas soltas, não fosse
meu pai sair em seu socorro. Ele gostava de consertar as coisas e decidiu
reparar a Bíblia com a única coisa que tinha à mão: fita isolante! E você vai
me dizer que uma Bíblia remendada com fita isolante não é bonita? Esta é.
Foi entre as páginas da velha e desgastada
Bíblia que encontrei um cartãozinho. Como foi que nunca reparei nele?
Provavelmente porque nunca tinha folheado a Bíblia que estava entre as coisas
que minha mãe deixou quando se mudou para o céu em 2005.
Era um daqueles cartões vendidos em livrarias católicas, e trazia a figura colorida de um menino Jesus segurando um cajado e pastoreando ovelhinhas. No verso, escrito a lápis e com letras gordas e tremidas, a mensagem:
Era um daqueles cartões vendidos em livrarias católicas, e trazia a figura colorida de um menino Jesus segurando um cajado e pastoreando ovelhinhas. No verso, escrito a lápis e com letras gordas e tremidas, a mensagem:
Querido
papai: Deus te faça bastante feliz e te dê boa saúde.
Mario José
9 de
agosto de 1959
O cartãozinho fora dado por mim a meu pai
quando eu tinha quatro anos e ainda não sabia ler e nem escrever. Naquele tempo
a alfabetização começava aos sete anos e a letra era de minha irmã mais velha,
que tinha oito anos.
A mensagem do cartão era para o “Dia dos Pais” e, como já disse, ontem foi “Dia dos Pais”. Chorão como sou, quase acrescentei algumas manchinhas às já manchadas páginas da Bíblia e ao amarelado cartão.
A mensagem do cartão era para o “Dia dos Pais” e, como já disse, ontem foi “Dia dos Pais”. Chorão como sou, quase acrescentei algumas manchinhas às já manchadas páginas da Bíblia e ao amarelado cartão.
Eu não poderia pedir um presente melhor do
que este por ocasião deste meu “Dia dos
Pais” quando já sou “Pai 2.0” —
pai e avô. O meu Deus é um Deus que se importa com as pequenas coisas, por isso
me levou a abrir uma janela no tempo e encheu meu coração de boas recordações.
Não, não foi coincidência, foi apenas mais um quadro que o Pintor pintou na janela de minha existência, dentre os muitos que
ainda iria pintar.
| Um Pintor em minha janela - Minha vida morando em uma galeria de arte - Mario Persona Um dia percebi que havia Um Pintor em minha janela, colocando sempre ali um novo quadro e renovando sua pintura a cada manhã, tarde ou noite. Um dia de cada vez ele ia mostrando a sua arte e talento para enfeitar o céu. Neste livro reúno meus pensamentos sobre cada quadro que via em minha janela. Um dia de cada vez, um quadro de cada vez. É no mesmo compasso que ele cuida de mim, de dia em dia, e é assim também que ele quer cuidar de você. Livro: ClubedeAutores.com.br e-Book: Smashwords.com AcervoDigitalCristao.com.br |
Nenhum comentário:
Postar um comentário