Mas todos os filhos de Israel tinham luz em suas habitações. Êxodo 10:23
Quando olhei pela janela, pensei que o Pintor não havia deixado um quadro para mim. Era madrugada e, além da lâmpada no poste de minha rua, as únicas luzes que podia ver eram nas janelas dos madrugadores. Foi quando percebi.
O quadro era exatamente aquele, a noite, a ausência de luz. Uma das grandes pragas derramadas sobre o Egito nos tempos retratados pelo livro de Êxodo era justamente a da escuridão. Trevas cobriram a terra e as pessoas não conseguiam enxergar umas às outras.
Trevas densas, que suprimiam todo tipo de luz, já que a Bíblia diz que os egípcios não saíam de seu lugar porque um não conseguia enxergar o outro. Era como se todos fossem capazes de enxergar as trevas espirituais que têm prevalecido sobre este mundo em toda a sua história.
As trevas que engolfaram o mundo e o homem a partir do Éden se manifestaram também, em outra ocasião, quando em pleno dia as trevas tomaram conta do mundo enquanto o Filho de Deus era crucificado. Não foi um eclipse de alguns minutos, mas três horas de trevas. Naquele momento Deus tratava com Jesus a questão de nossos pecados. Foi quando o Filho bradou: "Pai, por que me abandonaste?"
Ninguém viu o que Cristo passou na cruz naquelas três horas de trevas quando recebia o juízo de Deus pelos pecados de Suas criaturas. A luz não podia brilhar. O Filho de Deus, embora inocente, recebia sobre si toda a afronta dos homens contra Deus. Naquele momento Deus precisou deixá-Lo sozinho na cruz, por mim e por você.
Para aqueles que crêem, aquela foi a hora de sua libertação; a hora quando foram abertas as portas das masmorras onde o inimigo nos mantinha cativos. Para aqueles que não crêem, nada muda. As trevas permanecem, ainda que não possam vê-las ou senti-las, como não pode sentir o mergulhador sob toneladas de água pois está imerso nela.
Mas, assim como ocorreu naquele dia singular no Egito, os que hoje crêem têm luz.
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