Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando. Mateus 23:13
Não, você não precisa ficar procurando por uma pombinha nesta foto, como aquela que o Pintor em minha janela colocou em seu último quadro. Tirando uma pequena porção do céu sem nuvens, nada mais há da obra do Pintor na tela.
Mas havia. A construção de tijolos que você vê ao fundo é um templo religioso construído nos últimos meses. Antes eu podia ver a linha do horizonte, o prédio da Santa Casa e, em um plano anterior, um cipreste bem alto apontando para o céu. Hoje não posso mais.
Eu costumava olhar para aquele cipreste, com a Santa Casa ao fundo, e lembrar que foi daquele hospital que meu pai partiu para o céu em janeiro de 1998. Em minha memória cipreste funcionava como uma seta indicando onde agora ele está e eu um dia estarei.
Infelizmente uma construção — um templo religioso — já não permite que eu veja o cipreste que apontava para o céu. Você já reparou que boa parte da história deste mundo traz a marca da religião e de como em diversos momentos ela obstruiu o caminho das pessoas para o céu, cegando seus olhos? Assim foi no tempo do Senhor Jesus com os fariseus, os líderes religiosos de então.
Enquanto escrevo o mundo entra em convulsão por causa de pessoas que feriram os sentimentos religiosos de outras — publicando cartoons de Maomé — e são agora ameaçadas com uma explosão de violência que já custou a vida de muitos.
Pessoas ofendem e são ofendidas, atacam e revidam, matam e morrem pela religião. Que diferença das reações do único Homem perfeito que pisou este chão! Seu único acesso de ira não foi contra pecadores, ladrões ou prostitutas, mas... contra os religiosos!
Enquanto isso, em nosso país muitas religiões têm obstruído o céu da vista de seus seguidores para fazê-los priorizar dinheiro, poder, sucesso nos negócios, e tantas outras coisas passageiras. Como se a medida de prosperidade espiritual fosse uma conta bancária ou carros importados na garagem.
Mas, voltando ao quadro que hoje não vejo mais em minha janela, a lembrança que o cipreste trazia tem raízes mais profundas em minha memória. Em 1978, após minha conversão, ganhei um calendário em inglês que trazia a reprodução de uma belíssima pintura na qual aparecia a representação da tumba onde Jesus fora sepultado. A grande pedra que servia de porta tinha sido rolada para o lado e a tumba no barranco estava vazia.
Sobre ela, ciprestes apontavam para um céu azul com grandes nuvens iluminadas tomando dois terços da tela. E no céu, o editor do calendário acrescentou em letras grandes: "Ele Vive!". Gostei tanto da imagem que coloquei-a em uma moldura na parede do quarto. Todas as manhãs aqueles ciprestes apontando para o céu e deixando para trás uma tumba vazia me ajudavam a lembrar que Cristo ressuscitou.
Porque Cristo vive, meu pai, que se converteu na década de oitenta, também irá ressuscitar. Eu também. E você?
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