Pequenino detalhe


Quando meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me recolherá. Salmo 27:10


Eu abria a janela da lavanderia de meu apartamento, olhando para o céu e tentando ver outro quadro majestoso do Pintor em minha janela, quando algo chamou minha atenção.

Bem na beirada de mármore havia uma pequena aranha. Muito pequena, do tamanho do zero do teclado de seu celular. Precisei ampliar a foto. Estava atenta aos meus movimentos e me esperou enquanto eu fui buscar minha câmera. Vaidosa? Acho que não.

O que chamou minha atenção foi seu tamanho, quase imperceptível. Lembrei-me de que já fui assim, desse tamanho. Já fui uma vida pequenina assim — mas vida — assim como você. Pintado no útero de minha mãe pelo mesmo Pintor que pintou aquela aranhinha em minha janela. E cuida dela.

Os jornais têm trazido uma sucessão de casos de mães que abandonam ou matam seus pequeninos, preciosos camafeus do Pintor. Não fala nada dos pais, como aconteceu com a mulher, só ela, que foi levada a Jesus após "flagrante adultério". Se era flagrante deviam levar também o homem, mas não.

O que os jornais mostram não é um surto de rejeição, mas apenas a revelação do que acontece todos os dia, após o interesse da imprensa ter sido despertado por uma mãe que colocou sua filha em um saco de lixo e a jogou num lago.

Outras mães têm rejeitado seus filhos todos os dias em todo o mundo. Alguns não são muito maiores do que a aranhinha que o Pintor em minha janela pintou. Outros teriam até condições de viver e sobreviver, mas por diversos motivos foram descartados.

Será que precisava ser assim? Por que não esperar em Deus? Aquele que pinta todos os dias um novo amanhecer já mostrou do que é capaz mesmo para as menores de suas criaturas nos momentos mais difíceis.

Veja como o casal Bill e Glória Gaither se expressaram a respeito, no nascimento de seu filho em 1971:

"Embora a história tenha mostrado que este mundo nunca foi muito estável, (...) parece que o nosso século tem sido especialmente um tempo de crise (...). Nosso mundo é um planeta cheio de injustiças, de perda de confiança nas pessoas e instituições. Assassinatos, tráfico de drogas e guerra monopolizam as manchetes. Foi em meio a estas incertezas que a certeza do senhorio do Cristo vivo inundou nossas mentes perturbadas. Ao nascer nosso bebezinho, com toda a confiança em um Cristo, vivo e soberano, foi possível pegar nosso filhinho nos braços, e escrever:

Porque Ele vive, posso crer no amanhã;
Porque Ele vive, temor não há.
Mas, eu bem sei, sim, eu sei,
Que minha vida está nas mãos de meu Senhor,
Que vivo está!"

("Porque Ele Vive" - Glória S. Gaither e William J. Gaither)

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